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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MANOEL ARISTEU GOULART DE ANDRADE

 

 

Manoel Aristeu Goulart de Andrade, nasceu em Maceió, a 3 de setembro de 1878 e faleceu (suicídio) a 08 de junho de 1905 afirma Moacir Medeiros de Santana, no seu consciencioso trabalho "Patronos da Academia Alagoana de Letras ". Foi aluno do Liceu Alagoano, trabalhando depois no comércio (escritório de Almeida Guimarães & Cia.) e na Faculdade de Direito do Recife, concluindo o curso e bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais no dia 7 de dezembro de 1901.  Colaborou em diversos jornais da capital pernambucana quando estudava naquela cidade.  Foi deputado estadual, 2º Promotor Público de Maceió, lente do Liceu Alagoano, sócio efetivo do Instituto Histórico de Alagoas.  Procurador interino da República.  Era jornalista de talento e foi escolhido o seu nome para patrono da Cadeira 29, da Academia Alagoana de Letras.  Entre os seus trabalhos deixou inconcluso o drama em versos "Jesus", terminado, posteriormente, por seu irmão José Maria Goulart de Andrade, da Academia Brasileira de Letras; e o poemeto "Noivado", editado pela Livraria Ramalho, de Maceió.  A rua tem o seu nome, n o Farol, era e é ainda conhecida, como "Rua do Seeger", isto porque um súdito alemão, comerciante nesta cidade, Hans Seeger, construiu uma casa onde está hoje o Colégio Batista Alagoano.  Seeger, em 1903, era vice cônsul germânico e comerciante, com escritório na Rua do Comércio, sendo agente da Cia.  Nordeutscher .Lloyd Bremen.  Aristeu era filho de Manoel Cândido de Andrade e de Dona  Leopoldina Pimentel Goulart de Andrade. 

Fonte: Livro Memórias de Minha Rua - Autor Felix Lima Junior
Extraído de  http://www.bairrosdemaceio.net/

 

 

 

AVELAR, Romeu de.  Coletânea de poetas alagoanos.  Rio de Janeir  o: Edições Minerva, 1959.  286 p.  ilus.  15,5x23 cm.  Exemplar encadernado.  Bibl. Antonio Miranda

 

 

                SONETO

Tem-te aí, negro mar, de lágrimas amargas,
Desesperança, oh! mãe dos náufragos da vida,
Destende sem temor as tuas asas largas
Sobre esta alma sem fé, tão mal compreendida!

Já não posso lutar: — Sucumbi às descargas
De raivoso Aquilão! Como uma nau perdida
Alijo do meu bojo as mais preciosas cargas:
— O rios, o sonho, o amor, a delícia da vida...

Alegria, outro rumo! Esperança, outro norte!
Que a bússola endoudeça e outro país aponte!
— A paisagem glacial e lúgubre da morte!

Coragem! Nem se que se contraia um só músculo:
Quero ver apontar no sombrio horizonte
O tristonho lilás do último crepúsculo.




CHORANDO E RINDO

Vi-te chorando...  e acredita
Que assim de pranto banhada,
Tu ficaste, ó minha amada,
Um pouquinho mais bonita.

Senti por ver-te sentida
E comovi-me bastante!
Choravas naquele instante
De tal modo entristecida!...

Mas ficaste tão formosa
Assim chorando, me crês?
Que desejo, flor mimosa,
Ver-te chorando outra vez!



REMINISCÊNCIAS

Recordação de amor, doces mágoas de outrora,
Como o sol no ocaso um fugitivo raio,
volta-me ao coração, hoje em luto, senhora,
na fragrância floral desses dias de maio.

Há bem pouco isso foi; nesse mês, pelos campos,
por ventura uma tarde envergaram meus olhos
o teu vulto grácil, colocando entre os grampos,
de avenca e de jasmins uns delicados molhos.

Cheguei-me a ti e era toda rubores,
lendo no teu olhar a surpresa mais franca
que causava uma flor  a se enfeitar de flores,
de jasmins se tocando uma verbena branca...

Uma frase banal arremessada ao acaso
foi o início talvez deste amor que nasceu
de teus olhos fatais de claro crisópraso
— com reflexos de mar e nuanças de céu.

 

       Já não me lembro mais da parvoíce da frase...
se foi um cumprimento, ou se foi uma jura...
mas sei que em ti beijando a mão estive quase,
por um triz a cingir tua leve cintura...

“Insolente”, cantou a tua voz de prata
na estranha vibração de uma guzla encantada,
julguei a voz ouvir de uma rosa escarlata,
ouvindo assim falar tua boca rosada.

— Perdoa-me, senhora? murmurei contrito,
como se cometesse o pecado mais feio,
e, ajoelhei-me a teus pés, envergonhado e aflito,
e, tu me deste a mão, toda cheia de enlevo...

O tratado de paz feito, dei-te o meu braço;
recusaste-o, insistí suplicando-te: vamos...
A noite o seu velário estendia no espaço
mais escuta tornando a esmeralda dos ramos.

Que risonho casal não fazíamos ambos
pelos campos em flor à luz crepuscular!...
Ouvias encantada os ternos ditirambos
aos teus olhos gentis cor do céu e do mar!

Compunha madrigais algures repetidos,
nem com tanto calor nem com tantos matizes,
e, vendo-nos rir na palestra embebidos,
muita gente pensou: são dois noivos felizes!

Mas deitaste a correr alveolazinha tonta
Pela selva que a larga e amena estrada junca,
e mandei-te de longe um punhado sem conta
de beijos folgazões, mais feliz do que nunca!

Muitas vezes depois pelos campos corremos
tal um inquieto par de borboletas loucas,
ora a despetalar os louros crisântemos,
ora unindo num beijo as nossas bocas.

Um dia te esperei na sebe onde tu vinhas
esperar que eu chegasse à hora de costume,
ansioso por prender as tuas mãos nas minhas,
ouvir a tua voz, haurir o teu perfume.

 

       Faltaste aquela vez e outras mais e centenas
tu, ingrata, faltaste à terna conferência...
Veio o inverno e matou as brancas açucenas
e os sonhos pueris de minha adolescência.

Hoje, à volta de maio, eu revolvendo acaso
de minha juventude estas recordações,
dos teus olhos lembrei a cor do crisópraso
onde outrora bebi tantas desilusões.


*

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Página publicada em junho de 2021


 

 

 
 
 
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